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Nunca É Somente Sobre Música 2025 #3

Atualizado: 12 de set.


Vivemos em permanente confronto com o Imaginário do passado. A forma como consumimos cultura e mídia (inclui internet) pode afetar nossa percepção do passado.  Acredito na importância de falarmos sobre música atual, que expressa o que temos a dizer hoje. O contexto social em volta do artista deve ser considerado, por revelar reflexos políticos na sua obra, esse contexto foi construído pelos longos efeitos do passado, ou seja, passado e presente são complementares:

“Quem controla o passado agora, controla o futuro. Quem controla o presente agora, controla o passado.” Testify - Rage Against The Machine. 



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Dead Pioneers

Album: PO$T AMERICAN


Quem foi John Wayne? Quem foi Kevin Costner? Os míticos cowboys não escapam do alvo dos Dead Pioneers. A história vai sendo contada e recontada a tal ponto que só conhecemos os estereótipos, como consequência, perdemos de vista a origem. Nas palavras da banda, “um pioneiro morto nos pouparia de algum sofrimento”. O grupo é centrado no vocalista Gregg Deal, artista e ativista de descendência do povo Paiute. Antes da banda de inspiração punk, Gregg já era um artista performático, declamando afiadas críticas dedicadas a quebrar os estereótipos sobre os povos originários. Em PO$T AMERICAN, o álbum percorre desde a fundação estadunidense marcada por sangue, passando por um desenvolvimento cheio de exploração, até a longa invisibilidade e o esquecimento dos povos não brancos. É uma surra em cada música, merecedora de atenção aos detalhes. Toda a arte conceitual é de Gregg Deal, baseada em sua série de obras intitulada The Others. Apropriando-se da estética dos quadrinhos, ele inverte seu uso, agora contra a perspectiva dos colonizadores. Essas ilustrações ganham vida no videoclipe de Mythical Cowboys. Se ainda parecer leviano questionar as representações cinematográficas, então vamos lá: John Wayne, o ator que mais interpretou cowboys em sua longeva carreira, ficou tão fixado no imaginário coletivo que foi homenageado em uma música de Lady Gaga, 37 anos após sua morte, sendo associado, por Gaga, a um homem viril, um exemplo de desejo. Já Kevin Costner, em sua versão de “salvador branco”, protagoniza e dirige o filme Dança com Lobos. Levando em conta que a história do faroeste se confunde com a própria história de Hollywood, essa mudança de foco chega tardiamente. Naquele momento, o tema já estava saturado, manter o herói salvador, mais sagaz que os povos originários, não era mais tão impressionante assim. Os Dead Pioneers batem com palavras, fazendo questão de não falar com gentileza. Ao ampliar nossa visão histórica, até quando vamos homenagear o ponto de vista dos colonizadores?




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Machete bomb

Album: Rastejando em Pé


Sobrevivência vai além de seguir em frente como se estivéssemos nos arrastando dia após dia, imitando uma cobra. Demandamos criação, mesmo com risco e sem recompensa. O isolamento é como um inferno de impossibilidades, não importa a qualidade nem o esforço, isso não significa sucesso. Mesmo sabendo de tudo isso, as bandas continuam evoluindo e criando. Machete Bomb passou por muita coisa: muitas parcerias, muita estrada, muita mistura de rock, samba e hip-hop, entrega um álbum bastante franco. O recurso das vinhetas entre as faixas, experimentado anteriormente, funciona desta vez ainda melhor, como uma meta conversa com o ouvinte, entre brincadeiras e comentários que sem dúvida, são sinceros. Consciente de sua própria condição e de quanto isso afeta a criação: "É só pancada atrás de pancada, e o som é cada vez mais pancada..." A banda se mostra totalmente confortável em explorar a mistura de gêneros. Essa experiência é conquista. É necessidade mais do que escolha, recorrer à mínima satisfação através da arte é o que motiva muitos artistas a se manterem em pé.




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C Turtle

videoclipe: 2001


Será que acreditamos nas nossas próprias fantasias do passado? C Turtle nos coloca em uma breve fantasia sobre os anos 2000. Lembranças sempre evocam sentimentos duvidosos. Somos todos afetados por experiências de uma época da vida em que tudo era novidade, basta aquele bom distanciamento histórico, apenas o suficiente para questionar nossas próprias ilusões. Quanto da identidade dos anos 2000 já é uma colagem de identidades anteriores? Quanto do nosso gosto, de fato, é algo natural daquele momento? Estamos velhos e menos modernos? Ou nunca fomos modernos? Calma, é só uma ironia bem-humorada. Voltar às lembranças confortáveis pode ser uma delícia… mas cuidado, podemos acabar perdidos no tempo.




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Violetas de outono

Álbum: Ilhas (relançamento de 20 anos)


"Ilha" pode ser uma palavra melhor do que "bolha" quando falamos de uma forte esfera de influência. A ilha carrega uma imagem sólida, um espaço limitado e isolado. assim como o imaginário do que teria sido o tão celebrado Rock Nacional dos anos 80. Nascidos dentro do pós-punk, avançam seu som buscando referências anteriores, elementos do rock progressivo e psicodélico, um caminho alternativo ao de seus irmãos de berço. Ilhas fala muito sobre tempo, distância e reflexos. Isso não é exatamente uma novidade dentro da discografia da banda, mas aqui há uma sensação de déjà-vu bastante evidente. Exemplificando, na faixa Transe, temos o trecho: “Meus olhos observam como antes,

e a realidade foi pra tão distante. O passado apagou-se nos meus passos…”

Logo em seguida, na faixa Cartas, podemos destacar dois trechos: “Eu posso ver o passado distante,

a realidade se foi num instante”…

“As cartas guiam nossos passos,

apenas vultos do passado.”

Os sentimentos sonoramente vão mudando, mas alguns elementos voltando nas músicas nos contam a mesma história. Hoje, aqueles com as cartas na mão podem não ser os mesmos, porém, a banda parece assombrada pelos vultos do passado. A memória coletiva do rock brasileiro dos anos 80 é um recorte muito pequeno de bandas que foram privilegiadas, enquanto outra parte terminou abandonada pelas gravadoras. Violetas de Outono permaneceu ativa ao longo de 40 anos, com boa parte das gravações lançadas por um selo independente britânico. O relançamento deste álbum, 20 anos depois, não é uma resposta ao passado, mas continua sendo uma bela e indireta provocação.




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Erza Furmann

Album: Goodbye Small Head


A intensidade indescritível da mistura de sentimentos resumida na música Get Up, do Sleater-Kinney, onde Corin Tucker canta: "Goodbye small hands, goodbye small heart, goodbye small head". Entre o medo e a vontade de se levantar, partindo em direção ao desconhecido, é esse adeus a uma "cabeça pequena" que Ezra Furman usa para nomear seu novo disco. Nas músicas, ela apresenta variações sobre a experiência de perder completamente o controle, momentos de pavor e alívio, de luta e contemplação existencialista. Em uma trajetória marcada pela preocupação em incluir e compartilhar perspectivas plurais, fator reconhecido em sua comentadíssima participação na trilha sonora da série Sex Education, Ezra avança seu trabalho nessa linha, até inevitavelmente, se ver hospitalizada e passar meses em casa. Ser introspectiva já não é mais uma escolha. Ao mesmo tempo, o resultado te convida a visitar a mente de uma artista inquieta em intensas canções.




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Bike (com Iskukua) Single: Torto Santo (Barba Negra Remix)


Entre as bandas atuais que sonoramente mais se aprofundam na psicodelia, Bike ganha nova camada em uma série de remixes, feitos por artistas tão legais quanto. Repaginando faixas do álbum Arte Bruta, de 2023, deixo destacado a nova versão de O Torto Santo, trabalhada por Barba Negra, conhecido na rede mundial de computadores pelo excelente apelido “O Terrível Ladrão de Loops”. Ao falarmos sobre a cultura de remix na internet, é comum pensarmos nas desgastadas acusações de pirataria e roubo de direitos autorais. Mas, em um passado recente (e otimista), surgiram muitas reflexões sobre o remix como forma de valorizar a cultura e a criatividade. Aí vem a proeza de aprofundar a psicodelia brasileira, pelo nosso Ladrão de Loops em parceria com o importante líder Yawanawá e também músico, Iskukua, discorrendo sobre a relação entre o uso de substâncias e os povos originários. É Interessante o quanto foi agregado em um remix. A interação de um músico com o trabalho do outro vai além de mera divulgação de nomes, Bike mostra o melhor desse formato ao somar criatividade.




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Ódio de Classe

Single: Sionismo assassino

Para pessoas dentro de uma perspectiva ainda dominante, o título dessa música e sua capa podem parecer um absurdo, algo completamente imoral. A moral sobre um país ser “bom” ou “mau” em nosso contexto global é virtualmente falsa. Essa moralidade só passa a existir a partir do momento em que se define se esse país é aliado ou inimigo. O sociólogo Jean Baudrillard, nos anos 1990, causou estranheza ao afirmar que a Guerra do Golfo, no Iraque, "não existia". Se prestarmos atenção, o próprio uso da palavra “guerra” é questionável, nela pensamos em uma intensa batalha entre dois lados, e não em um massacre unilateral. Durante o período da Guerra ao Terror, nos anos 2000, iniciada na esteira dos atentados de 11 de setembro, Baudrillard reforça seu pensamento, dizendo que essa "guerra ao terrorismo" se baseia em um “não acontecimento”. Qualquer ação no Oriente Médio era considerada justificável, uma prevenção contra algo que poderia vir a acontecer. Isso chega a lembrar o enredo do filme Minority Report. Esse medo difuso sobre o Oriente Médio justificou uma nova invasão ao Iraque, sem relação com o 11 de setembro, sustentada por acusações que depois se provaram falsas. Do lado de Israel, o peso do imaginário histórico e religioso é tão grande que parece imoral sugerir que algo errado possa sair dali. Os conflitos promovidos têm ações marcadas como cruéis e outras marcadas como justificáveis, não baseada na realidade, o verdadeiro ponto de referência são os interesses políticos. O controle das imagens, filtradas entre o exército e a grande mídia, é fundamental para a manutenção desses interesses. Hoje, esse controle começa a perder efetividade com o aumento da exposição do conflito via internet. Podemos até descobrir uma música em português contando o que realmente aconteceu com os palestinos, como essa, da banda Ódio de Classe.




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Girls on the Front (Coletânea)

Bandas:

L.A. Sange | Chattermag | Dear Omen | Maha | Prom Vagabond | Death Sells | Limerent | Vals Alarm | Ioana Iorgu |

C’est Qui? | Femme Fugazi | Kate Oram | Waterschade | Consensual Peggy


Enquanto o desequilíbrio de gênero se mantém ao longo do tempo, ações afirmativas continuam sendo necessárias. Esta seleção de bandas aponta para uma direção em comum: a reunião de novas formações do circuito alternativo holandês, todas lideradas por mulheres e com composições inéditas. Isso, por si só, já constitui uma declaração objetiva. Encontros como esse não podem ser chamados de “só mais uma coletânea” enquanto a motivação seguir relevante. O projeto, curado e organizado por Bibi Fay Bannink, parte da consciência de que a compilação não pode ser o fim, mas apenas o início de uma série de eventos com protagonismo feminino dentro dessa cena. Uma oportunidade de ouvir bandas com diferentes influências que, ao dividirem o mesmo tempo e espaço,  tornam visível o tamanho da combinação em atitude.




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Sentimento Carpete Álbum: Era dos Cu D’Águas


Retratar a história recente é uma forma de guardar memória, nossa posição e participação efetiva. Se for possível se divertir, melhor ainda. Em uma era brasileira difícil de definir e nomear (2019–2022), a banda Sentimento Carpete já tem o título: Era dos Cu D’Águas. Deixemos a ingrata tarefa de falar sério sobre um bando de malucos para os acadêmicos. Cu D’Águas é uma expressão regional usada para se referir a idiotas. Talvez uma variação da frase “dar com os burros n’água”, expressão mais voltada aos azarados. Fico na expectativa de um acadêmico me tirar essa dúvida. O álbum funciona como um resumão, curto, mas eficiente desse período. Destaque para a versão de The KKK Took My Baby Away, dos Ramones, que resultou na faixa O MBL Levou o Meu Bem. É correto dar risada desses acontecimentos? Apesar de tanto comportamento tosco, o contexto é grave. As marcas da Era dos Cu D’Águas não vão embora sozinhas, precisam ser levadas a sério. Agora… eu estaria mentindo ao falar que não achei o novo álbum do Sentimento Carpete engraçado.





"A capa é uma das muitas fotos iguais tiradas todos os dias, a caminho do trabalho, com as fábricas escuras se aproximando" - AAA Gripper
"A capa é uma das muitas fotos iguais tiradas todos os dias, a caminho do trabalho, com as fábricas escuras se aproximando" - AAA Gripper

AAA Gripper

Album: We Invented Work For The Common Good 


A imagem de uma fábrica hoje talvez represente menos o próprio local físico do trabalho e muito mais o comportamento mecânico e impessoal das relações trabalhistas. Podemos entender a AAA Gripper como uma garra daquelas máquinas de pegar ursinhos, tão avançada que chega à categoria Triplo A, capaz de nos pinçar de trabalho em trabalho, de função em função, culminando com a nossa falta de reação e com a sensação de não existir alternativa, apenas aceitar ou ficar com nada. São efeitos do que pode ser resumido como: “É mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo” frase mais conhecida na voz de Mark Fisher, destrinchada em seu livro de 2009 Realismo Capitalista. O controle não é físico, é psicológico. Em um grupo de amigos reunidos em um festival de música, basta um deles dizer: “Vamos tentar algo.” Ao decidir construir uma música experimental, a criação não é menosprezada. A construção desse quarteto é como duas equipes de trabalho cooperativo: baixo e bateria garantem a estrutura, que é a base e o ritmo da banda, voz e guitarra compartilham funções, completando o diálogo um do outro entre a descrição e a ambientação de um cenário caótico que finge normalidade. Post-punk? Rock Arte? Krautrock? O som pode parecer estranho para alguém que nunca chegou próximo de nada parecido, entretanto, a maior estranheza deveria vir do que já passamos diariamente. Trabalho e trocas comerciais não foram inventados pela exploração alheia no mundo moderno.

Contra capa
Contra capa

O título do álbum Nós inventamos o trabalho para o bem comum, vem para nos lembrar que existe alternativa. Na contracapa, temos ali apertadas as extensas letras das músicas. Imagem aparentemente verborrágica, comunica que, dentro desse disco, a banda tem muito a dizer. A música não muda o mundo sozinha, seu poder está em transportar indicadores de desejo e realidade, ferramenta que precisa ser usada e compartilhada entre nós. Sinto nesse álbum, aspectos que me fazem pensar sobre os efeitos de um trabalho criativo. Recentemente, no podcast Crise Crise Crise, é apontado que o realismo capitalista pode estar em retirada:

“Hoje o fim do mundo está muito palpável, as pessoas não acham que o capitalismo vai ter aquele reinado indefinido” Victor Marques (Creditado no posfácio Brasileiro de Realismo Capitalista) Crise, Crise, Crise - Fisher e os Fisherianos 01 (20 de Maio de 2025)

Para superar a crise de imaginação e participamos das transformações do mundo, temos que justamente dizer algo, tentar algo, segundo a banda AAA Gripper, a música não é só terapia é nossa armadura e principalmente nossa arma.




Extra:

Uma longa disputa pelo passado e presente, perder essa disputa pode ter consequências imprevisíveis. Consigo levantar duas situações que merecem cuidado:


O vício no passado:  Achar que o antigo é melhor e insuperável, pode levar ao conformismo e justamente à falta de interesse em superar o passado. O excesso de nostalgia foi amplamente discutido. O crítico musical Simon Reynolds, vem debatendo esse assunto pelo menos desde 2011. Assistimos em tempo real durante esse meio tempo, o imaginário político de parte da população sendo reeditado. Desejar voltar para o passado, pode nos transportar para períodos, que na realidade foram terríveis, de forte opressão e preconceito.


O presente desconexo: Se consumimos um produto cultural sem saber como surgiu, de onde veio, qual a associação daquilo com relações reais, aquela obra acaba ficando esvaziada de significado.  Tive uma conversa com o Jornalista e Produtor cultural Rafael Tavares, ele relata que ao pesquisar sobre consumo cultural, lhe chamou atenção a ocorrência da inesperada resposta: “Não Gosto de nada que seja de antes do meu nascimento” o estranho foi a frequência de respostas similares dentro de uma mesma faixa etária (16 a 22 anos). Segundo Tavares:

“Esse comportamento,  não se restringe a só não ver filmes, livros ou músicas mais velhas, mas de ter um repertório escasso e limitado em diversos assuntos. Com esses desdém no " velho" os jovens acabam se isolando e  ficando em suas cavernas de verdades absolutas sem nenhum tipo de contraponto.”

Mostrando outra face do mesmo problema, a falta de interesse pelo passado pode desproteger conquistas bem estabelecidas. Por fim, se não compreendemos o que aconteceu no passado e não conseguimos ouvir quem está se expressando sobre o presente, ficamos de fora de criar conexões para a construção do futuro. Seja qual for a resposta para nossas mazelas socioculturais, a resposta será coletiva, enquanto isso, se mantenha atento a história e Testify (testemunhe).



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Notas adicionais:

Qual a relevância da Guerra do Golfo?: é um caso que mostra o comportamento da mídia durante conflitos militares, um ponto de virada neste tipo de cobertura, deixando óbvio uma defesa absurda contra uma possível (ou esperada) opinião pública negativa. A música testify do Rage Against the Machine, crítica o papel da mídia nesse conflito. 


Gaza e as Mídias Sociais: enquanto tentava citar Jean Baudrillard e traçar uma relação entre a guerra do golfo e os conflitos em Gaza, encontrei um artigo da jornalista Kubra Solmaz chamado “Os mortos em Gaza estão se tornando apenas mais uma postagem para ficar rolando?”*, a forma como ela atualiza a discussão das novas mídias na guerra é sem comparação, não chego nem perto. *Original em inglês: Are the Gaza dead becoming another post to scroll across?


Livro 1984: a citação do RATM, é apropriada do livro de George Orwell, porem a mesma frase tem sentimentos diferentes, em uma historia de distopia ela reforça a falta de esperança daquele mundo, em uma musica de peso faz um chamado para reagir. A intenção e ambientação fazem diferença.


Podcast Crise Crise Crise: começou uma série intitulada: Fisher e os Fisherianos. Mark Fisher, foi um teórico cultural, que deixou uma contribuição de destaque sobre cultura e política. O primeiro episódio foi gravado em 20 de Maio de 2025, apresentado por Amauri Gonzo com Victor Marques como convidado, os dois tiveram relevante participação na publicação do autor no Brasil. 




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